Sintaxe À Vontade

"... A partir de sempre toda cura pertence a nós e toda resposta e dúvida, Todo sujeito e livre para conjulgar o verbo que quiser, todo verbo e livre para ser direto ou indireto, nenhum predicado será prejudicado nem tampouco a vírgula nem a crase nem a frase e ponto final ! Afinal a má gramática da vida, nos poe entre pausas entre virgulas, e estar entre virgulas pode ser aposto e eu aposto o oposto que vou cativar a todos sendo apenas um sujeito simples..."

O Teatro Magico

quarta-feira, 20 de março de 2013


Killer Joe - Matador de Aluguel


Na história, em pleno Texas sem lei dos dias atuais, Chris Smith (Emile Hirsch) está com os dias contados, pois não tem dinheiro para pagar um traficante local. Ele busca a ajuda de seu pai, Ansel Smith (Thomas Haden Church), que mora com sua segunda esposa Sharla (a bela Gina Gershon) e com a irmã mais nova de Chris, Dottie (Juno Temple). O plano é simples: contratar Joe para matar sua mãe e recolher o seguro de vida de 50 mil dólares já que Chris é o único beneficiário.

Porem pra quem assistiu o filme, se depara com um contexto bem mais profundo que este,  pois o que começa como uma comédia de erros com estereótipos de trailer trash do Sul (Haden Church no papel do idiota omisso rouba cenas mesmo ao lado do Evento McConaughey) rapidamente se transforma numa expurgação de males, um conto de fadas espetacularmente ultrajante em que Dottie, a princesa, representa a última reserva de pureza do mundo e Joe, seu candidato a cavaleiro, assume a responsabilidade pelo expurgo.



Talvez seja a primeira vez que eu uma boa atuação de (McConaughey), este revela-se alguém capaz de nuances, detalhes na expressão que fazem toda a diferença entre uma atuação sem graça e uma hipnotizante. É bem verdade digamos que seu papel, um policial corrupto chamado Joe Cooper que faz bico como matador de aluguel, não é dos que mais exigem de um ator, pelo menos não em um primeiro momento. Mas William Friedkin (diretor do clássico O Exorcista) exige mais de McConaughey e vai transformando seu personagem,Daí para a frente, haverá uma progressão sem trégua da violência (sobretudo psicológica) contida nesse prólogo. O estilo narrativo de Friedkin é de uma objetividade absoluta, inexorável, sem gordura, sem tempos mortos, sem conversa jogada fora, de um matador frio, na verdadeira encarnação do mal e da perversão. E o ator não titubeia, encarando o papel de frente e saindo vencedor.  Ele é uma espécie de anjo exterminador que faz vir à tona o pior de cada um. E ninguém é santo nessa história. Com a possível exceção da ninfeta Dottie, todos agem movidos egoisticamente pela cobiça e pelo sexo.

Em outras palavras, não há mocinhos aqui. Ninguém com quem se identificar, ninguém por quem “torcer”. Por isso a violência, que perto do final se torna mais física, sem deixar de ser psicológica e moral, não é catártica, e sim desconfortável, perturbadora. E o último plano do filme é de uma ironia quase insuportável. Vale por seu tempo a disposição desta historia inusitada mas que nao deixa de ser grandiosa.

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